Realizou-se no dia 25 de junho de 2011, pelas 16 horas a primeira Tertúlia Crioula Setubalence. Setúbal serviu de rampa de lançamento para a rúbrica da Tertúlia Crioula de Lisboa “Tertúlia Crioula Itinerante”. Pretendendo-se alargar a tertúlia à varias cidades portuguesas onde existem comunidades significativas de estudantes caboverdianos.
Está iniciativa de trazer a tertúlia Crioula para setúbal foi bem aceite pela associação cabo-verdiana de Setúbal (ACVS), juntamente com o Núcleo de Estudantes cabo-verdianos (NECS) do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) .
Estiveram presentes no encontro vários membros da Associação Cabo-verdiana de Setúbal, os estudantes Cabo-verdianos do IPS, jovens da Bela Vista e também os tertulianos de Lisboa.
A Tertúlia iniciou-se com a intervenção de Suzano Costa que fez a apresentação e alguns agradecimentos pela iniciativa e colaboração da associação caboverdiana e também do Núcleo de Estudantes por terem aceitados de braços abertos e acolhido a rúbrica da “tertúlia crioula itinerante” em Setúbal.
Depois seguiu-se um momento em que a Felismina Mendes presidente da ACVS agradeceu e deu as boas vindas a todos os presentes na primeira Tertúlia Crioula Setubalence. A tertúlia passará a ser um espaço de reflexão dos jovens universtitários caboverdianos de Setúbal, juntamente com a comunidade e funcionará na sede da ACVS.
Tiago Barros como presidente da comissão instaladora do Núcleo de Estudantes Cabo-verdianos de Setúbal apresentou a equipa que comandaria a tertúlia e de seguida partilhou a coordenação da tertúlia com o já conhecido coordenador da Tertúlia Crioula de Lisboa Susano Costa.
Feitas as apresentações e os agradecimentos foi passada a palavra a Facilitadora Maísa Andrade, estudante do 1º ano do curso de Gestão de Recursos Humanos, que fez o enquadramento do tema em linhas gerais.
Ela iniciou a apresentação do tema realçando que o mesmo era do interesse de todos os presentes e também, que mais de metade dos caboverdianos encontram-se fora do país, espalhadas por verdadeiras e significativas comunidades cabo-verdianas pelo mundo fora.
Desta forma, os cabo-verdianos na diáspora através da cultura, das suas vivencias, da língua, dos hábitos e costumes, da música e a da “morabeza crioula” a onde quer que estejam, contribuem de uma forma natural e espontânea, para a promoção e expansão da cultura cabo-verdiana a nível mundial.
De seguida a facilitadora referiu sobre o processo de desenvolvimento de cabo verde focando no facto, de se ter apostado fortemente no sector da educação como pilar do seu desenvolvimento, e ainda nos sectores do turismo, infra-estruturas e transportes, saúde de modo a garantir o bem-estar da população. Cabo Verde procura junto da diáspora uma forma deste contribuir através de investimentos, para isso tenta criar as condições para atrair os investidores externos no seio da diáspora.
Depois de falar do processo de desenvolvimento de Cabo Verde a facilitadora continuou o enquadramento do tema referindo ao contributo dos emigrantes para o desenvolvimento de cabo verde.
Os emigrantes e os quadros qualificados formados na diáspora têm um contributo significativo para desenvolvimento de cabo Verde tanto a nível individual, familiar como a nível organizacional.
Referiu-se as remessas dos emigrantes como sendo de grande importância para a formação do PIB, para garantir as despesas de consumo de maior parte da população, constituir reservas externas e como sendo, fundamentais para a manutenção da estabilidade macro-económica do país.
Para além das remessas dos emigrantes a facilitadora explicou alguns projectos que tem vindo a ser desenvolvidos na diáspora com o intuido de levar os caboverdianos a investirem em cabo verde, como:
- “Diáspora para o Desenvolvimento de Cabo-Verde” financiada pelo Instituto Português para o apoio ao Desenvolvimento (IPAD) e a Comissão Europeia.
- “Diáspora Contributo” Financiado pela Cooperação Espanhola, pretende também mobilizar competências cabo-verdianas na diáspora para contribuírem no desenvolvimento de Cabo Verde.
- Cabo verde “Fast Ferry” como um exemplo da vontade dos emigrantes na diáspora em investir em cabo verde.
Feito o enquadramento geral do tema, passou-se a palavra a plateia. Da plateia ouviu-se muitos elogios sobre a forma como a facilitadora expós o tema de um modo geral, e todos mostraram-se congratulados com a iniciativa de passar à háver um espaço de tertúlia em Setúbal.
Das várias opiniões ouvidas sobre o tema, salienta-se primeiramente o facto de todos, num consenso indiscutível, demonstrarem que, a diáspora caboverdiana sempre contribuiu e, sempre constitui-se como uma grande parceira no desenvolvimento de Cabo Verde. Os cabo-verdiano mesmo estando fora, dá sempre o seu contributo para a expanção cultural, económica politica e social do país.
Cabo Verde deve ver a diáspora como uma solução para muitos dos seus problemas, neste sentido tem de andar de mãos dadas com a sua diáspora, de modo, a atrair os investimentos e aproveitar as oportunidades que lhe permita superar os seus desafios.
Numa das intervenções da plateia referiu-se a necessidade de ser-se cabo-verdiano a tempo inteiro “é preciso ser caboverdiano a tempo inteiro” com vista, a contribuir/participar sempre e não só financeiramente para o desenvolvimento de cabo verde. Neste sentido todos os caboverdianos sejam eles estudantes, quadros ou emigrantes de um modo geral podem dar o seu contributo para fomentar o desenvolvimento das ilhas, podendo ser esse contributo intelectual (investigação e actividades académicas em áreas que possam interessar ao país, desenvolvimento de projectos empreendedores), financeiro (remessas de emigrante, e outros investimentos, fomentando a nossa cultural e dando-lhe uma projecção no exterior) através do associativismo e o voluntarado/ajudar comunidades etc.
Houve quem referisse ao facto de Cabo verde estar a enfrentar vários desafios e precisar da diáspora para superar os mesmos, tais como: desemprego, excesso de quadros, a sua transição de país pouco desenvolvido para país de desenvolvimento médio. A diáspora como parceira deve estar incluida de modo, a desenvolvermos soluções e parcerias de investimentos que permitam ajudar nas áreas que Cabo Verde precisa realmente para tentar superar os seus desafios.
O Governo de cabo verde segundo um interveniente deveria fazer estudos, dando como o exemplo o caso das ilhas Maúricias, de mercado sobre as áreas em que os imigrantes devam fazer os seus investimentos, de modo à que estes possam estar o mais adequado a realidade do país.
Vários intervenientes defenderam o facto de que a diáspora deve fazer investimentos em áreas onde possa realmente colmatar as necessidades do país, e também as esperiências adquiridas na diáspora ao serem aplicadas em cabo verde devem ser sempre adequadas ao contexto nacional de modo à que na prática as coisas possam funcionar de acordo com as nossas condicões em termos financeiros e de capacidade de gerência dos projectos investidos.
Alguns presentes acharam o exemplo da “Cabo Verde Fast Ferry” apresentado como um dos exemplos da vontadade e da iniciativa da diáspora cabo-verdiana nos Estados unidos da América como sendo de caracter duvidoso por ter havido alguns constrangimentos no funcionamento das ligações que o barco efetuaria e por outros motivos de caracter administrativos.
Houve vozes que falaram da necessidade de não ser só a diáspora a olhar e investir em cabo verde. Mas também, Cabo verde tem que contribuir de forma activa na resolução dos problemas dos seus emigrantes.
Assim, a integração dos caboverdianos nos países de acolhimento e os seus modos de vida devem servir de alvo para os governos actuarem e darem a sua contribuição no sentido de resolver os mesmo (Violência, desemprego e algumas situações de pobreza ou algumas situações, em que em busca de uma “riqueza imediata, o ter em vez do ser” acabam por surgir alguns problemas no seio da diáspora).
Cabo Verde deve promover a integração dos seus emigrantes, ouviu-se muitas vezes na plateia.
Para alguns, uma das formas dos cabo-verdianos contribuirem para desenvolver Cabo Verde é representando bem a imagem do país pelo mundo fora, elevando a nossa cultura, vivencias, hâbitos e costumes.
Quanto ao problema de “excesso de quadros” houve que defendesse a necessidade de Cabo Verde assinar acordos e parcerias com os outros países de modo a promoverem o intercâmbio entre os estudantes superiores e os recém formados, e ainda tentar arranjar programas de estágios para os seus jovens quadros tanto a nível nacional, bem como, internacional.
Por fim falou-se da necessidade de unir as capacidades intelectuais, e não só, de modo a serem os próprios jovens através do empreendedororismo a criar as condições de emprego e não ficar a espera que o governo faça sempre as coisas para dinamizar políticas de emprego.
A união faz a força, por isso, Cabo Verde e a sua diáspora devem ajudar-se mutuamente.
Relatora: Dirce Alves
Facilitadora: Maísa Andrade
Coordenadores: Susano Costa e Tiago Barros
Reporters: Elisabeth Barradas, Zelita Monteiro e Dilma Semedo
Não me canso de felicitar os responsáveis pelo evento. Tratou-se de um contributo para Cabo-Verde e para os Cabo-Verdianos.
ResponderEliminarParabéns para Relatora (Dirce Alves), pelo relatório apresentado...
Parabéns pelo belíssimo trabalho, Dirce Alves!
ResponderEliminarparabens!!! direce ..pela sua dedicaçao pelp grupo. por isso digo juntos de maos dadas vamos voar bem alto ...
ResponderEliminarParabens a todos pelo projecto NECS, parabéns a Dirce Alves!!
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